Nome escolhido para o negócio deve funcionar em qualquer país e ainda refletir o diferencial da marca
Na hora de abrir um negócio, um dos assuntos mais difíceis de lidar é escolher um nome que passe credibilidade num mercado tão competitivo. Neste artigo, daremos dicas de como se deve proceder nesta escolha, que só deve ser feita após muita pesquisa e de uma criação estratégica da marca.
De acordo com o fundador da Managic, Antonio Roberto, é necessário investigar bem antes de tomar qualquer decisão, e isso inclui também os registros já existentes e até o seu público-alvo.
Ele ressalta que sem esta verificação, o empresário pode descobrir só depois que já existe uma marca registrada com o nome que escolheu. Para ele, uma boa marca reflete os diferenciais e os atributos do negócio.
Nome para o primeiro negócio
Com essas dicas, as empresárias e sócias Veronique Forati, 62, e Marta Monteiro, 65, escolheram o nome Morar.com.vc para seu site de compartilhamento de moradias, que possibilita buscar casas a partir de afinidades entre possíveis moradores. Sua grafia se deu da mesma forma que o site da startup. Em declaração à Folha de S. Paulo, Forati explicou:
“Foi uma forma de aumentamos o tráfego sem investir em marketing.”
No entanto, para conseguirem ampliar o negócio internacionalmente, precisaram mudar o nome, e a partir de março, a empresa se chamará Coliiv. Esta escolha deixa claro que o negócio é de moradias compartilhadas, de fácil pronúncia em diversos idiomas e estava disponível online, tanto aqui, quanto no exterior.
Esta é uma das dicas também, evitar dar um bome que tenha sons muito particulares do português e ainda difíceis de serem pronunciados por estrangeiros.
Fuja dos modismos
O empreendedor que quer ter um negócio de sucesso deve fugir dos modismos, segundo o consultor do Sebrae-SP, Cássio Ferraro. Ele explica que os termos de parentesco no setor de alimentos, por exemplo, como “Bolo da Vovó”, não são bons e afirma que “muitas lojas surgiram e poucas sobreviveram”.
Ferraro também avisa sobre a utilização do próprio nome do dono para o negócio que, geralmente, não representa um sentimento, atributo ou diferencial de mercado, que são características fundamentais para o sucesso da marca.
Para ele, o termo escolhido deve ser neutro:
“Não pense em religião, partido político, time de futebol ou gênero. Mesmo que tenha um público-alvo específico, o serviço tem que agradar a todos.”
Soluções simples
Neste sentido, Thais Gimenez, de 37 anos, escolheu uma solução simples para sua loja de roupas íntimas, a Morango Moda Íntima, situada na Mooca, zona leste de São Paulo. Ela pensou no nome da fruta por remeter à sensualidade. Tanto a loja como a marca foram criadas na cor vermelha. Já o complemento “moda íntima” foi dado para confirmar os produtos vendidos, pois a fruta não é associada à vestimenta de forma imediata. Segundo Gimenez:
“As clientes dão apelidos carinhosos para a loja, dizem que estão na moranguinho.”
Ela revela ainda que o faturamento médio mensal da marca é de R$ 60 mil e tem planos para expandir o negócio pela cidade.
No entanto, especialistas indicam que é preciso ter cautela quanto ao nome do produto, serviço ou ramo de atividade. Mesmo que a empresa evidencie bem o que faz, o codinome pode soar generalista.
Registro do nome
Quando o empresário escolhe nome, em seguida ele deve registrar o mesmo no Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), autarquia ligada ao Ministério da Economia.
A solicitação pode ser realizada via site do instituto e custa entre R$ 355 e R$ 415, dependendo do tipo de registro. A bota notícia é que para microempresas, microempreendedores individuais e empresas de pequeno porte há desconto.
O registro da marca pode ser feito de quatro maneiras diferentes: nominativas (apenas o nome), figurativas (identidade visual), mista (nome e imagem) ou tridimensional (quando a identidade visual contém forma tridimensional e não necessária para a produção do produto).
Após o deferimento do nome, o empreendedor consegue a concessão do registro, que possui prazo de validade de dez anos. Porém, é necessário efetuar o pagamento de uma nova tarifa, que varia de R$ 298 (com desconto) a R$ 745.
Por fim, a compra do domínio na internet é realizada por meio site Registro.br e custa entre R$ 40 (por um ano ) e R$ 364 (por dez anos).
Agora que você já sabe todas estas dicas, escolha um nome de impacto para sua marca e segmento e seja feliz em seu negócio.
Fonte: Folha de S. Paulo
*Foto: Divulgação / Lucas Seixas / Folhapress